pelas ruas a preto e branco

a calçada conta segredos e histórias de ontem e de amanhã
as de agora ainda estão a ser pensadas e decididas
ao fundo da rua vejo palavras em tom de ouro
quando me aproximo reconheço as palavras
de outra noite qualquer
de outra rua qualquer
de outro tempo onde os segundos flutuavam
olhando para os edificios
ouvimos a voz
de qualquer alguém que dizem
ter passado por ali
fora um caminho traçado com e sem destino
para alcançar uma paz
calma
serena
sem rumo
numa rajada de vento mais decidida
somos empurrados do nosso caminho
o mapa de antes que temos nas mãos
ganha linhas, traços e nomes diferentes
o destino que nos pertencia
desvanece
e desaparece do mapa
"o que mudou?"
pensamos nós enquanto paramos na calçada
"foi o mapa? ou fomos nós?"
o que interessa é que até ao fim da vida
os nossos passos já estão contados
assim como o numero de vezes que respiramos
e de cada vez que pisamos e sentimos o chão
estamos mais perto
mais perto
apenas porque caminhamos e respiramos
e viajando pelas ruas a preto e branco
sorrimos
porque sabemos que dentro de quem ama...
essas ruas podem ter todas as cores!

amor e luz
bruno